Presidente do Brasil

janeiro 24, 2008

A ECONOMIA BRASILEIRA VAI DESACELERAR!

Pediram que o Prefeito do Rio desse sua opinião sobre a crise atual. Ele disse que há alguns anos deixou de ser economista profissional, ou seja, de tempo integral. Quando dava aulas de economia sua referência era um conhecido economista polonês: M. Kalecki. Se valem as idéias de Kalecki, a redução da taxa de juros nos EUA tem um objetivo externo -evitar a revoada de capitais dos países em desenvolvimento- o que daria à crise um caráter dramático.

 Kalecki dizia que a tomada de decisões de investimento (motor da dinâmica econômica) é dada a cada momento. E nesse sentido, está dada. Em que reduzir a taxa de juros pelo FED não afetará esta dinâmica econômica. Pode reduzir os danos, especialmente fora dos EUA. Talvez por isso o BCE -banco central europeu- não tenha tocado na taxa de juros, ontem.

 Kalecki lembrava que o que parece crise estritamente financeira, em geral é crise econômica projetada e antecipada pelo capital financeiro, muito mais ágil. Sendo assim o que se deve discutir é o tamanho desta recessão e seu impacto geral.

 No Brasil, o cambio flutuante não garante mais do que sinais sobre sua própria tendência. Na medida em que fique claro que a recessão nos EUA, ficará abaixo dos 2% antes projetados de crescimento, a tendência do real será desvalorizar, e o governo terá que acelerar esta tendência. Portanto, a contrapartida do governo brasileiro à queda da taxa de juros-base nos EUA, será aumentar a taxa Selic. Se tivesse coragem teria feito isso ontem. Perdeu tempo.

 Um real mais desvalorizado (proteger a receita dos exportadores num quadro de comercio mundial declinante, reduzindo o impacto da recessão nos EUA), e uma taxa de juros maior, inevitavelmente terão o efeito de uma inflação maior. Como esta já vinha aumentando, o efeito será mais forte e mais rápido, o que exigirá mais ortodoxia com a taxa de juros.

 Conseqüência: na margem, a economia brasileira vai desacelerar. Ou seja, o provável é que a taxa de crescimento do segundo semestre de 2008, já esteja, e se tudo der certo, na casa dos 3%. Os juros maiores pesarão nas contas fiscais. O que exigirá mais rigor fiscal do governo.

 E tudo isso num ano eleitoral básico como o de 2008 onde a vontade de gastar, aumenta.

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